BIOGRAFIA Frank Gehry
Autora:
Hellen Karoline Brito Fernandes
Revisora: Hanny Géssylla Nogueira Alves
Figura 1: Frank
Gehry e seus pais.
Fonte: encurtador.com.br/MOUY4.
Acesso em: 04 jul. 2019.
Thelma Goldberg (Cf. Figura
1), mãe de Frank Gehry, chegou ao Canadá com seus pais tendo apenas oito anos de idade, em 1913. Eles estavam
saindo da Polônia com o objetivo de evitar o antissemitismo que havia na Europa
Oriental. Samuel, pai de Thelma, acabou trocando o nome da família para tentar
evitar possíveis perseguições. Depois de um tempo em Toronto, abriu uma loja de
ferragens (GOLDBERGER, 2015).
Irving Goldberg (Cf. Figura 1), o pai de Frank,
assim como Thelma, sofreu muito durante a infância. Ele perdeu o pai quando
tinha apenas nove anos e, desde então, saiu da escola e começou a passar a
maior parte do tempo nas ruas de Nova Iorque. Era trabalhador, curioso, teimoso
e inquieto, características herdadas por Frank (GOLDBERGER, 2015).
Trabalhava com várias coisas ao
mesmo tempo. Foi desde vendedor de frutas até operador de máquinas
caça-níqueis. Por razões desconhecidas, mudou-se para Toronto – talvez
estivesse em busca de oportunidades melhores (GOLDBERGER, 2015).
Quando tinha 28 anos e
Thelma 24, Frank nasceu. E, pelo fato de
ambos serem judeus, o pai de Frank, assim como havia feito o pai de Thelma,
decidiu trocar o sobrenome Goldberg para Gehry, para que o filho não sofresse
possíveis perseguições (GOLDBERGER, 2015). Assim, o nome verdadeiro de Frank é
Ephraim Owen Goldberg, mas ele prefere ser conhecido por Frank Gehry (Figura 2)
(GOLDBERGER, 2015).
Figura 2: Frank
Gehry
Fonte: encurtador.com.br/DNR23.
Acesso em: 05 jul. 2019.
O arquiteto nasceu no século XX, dia 28 de
fevereiro de 1929, em Toronto – Canadá. Era tímido, talvez pelo fato de
sentir-se diferente: tinha um tumor localizado um pouco abaixo do joelho. Sua
tia, irmã de seu pai, ofereceu-se para levar Frank ao cirurgião, mas o garoto
ficou com medo e fugiu antes de lhe aplicarem a anestesia (GOLDBERGER, 2015).
Gehry não nasceu em família rica. Talvez por isso e por ser judeu, apanhava de
meninos poloneses católicos.
Figura 3: Antiga
casa dos avós maternos de Frank Gehry
Fonte: encurtador.com.br/MOUY4.
Acesso em: 04 jul. 2019.
Já
sua avó, Leah, estimulava a criatividade de Frank: levando-o a uma loja de
madeiras para comprar sucatas. E, na casa de sua avó, Gehry sentava-se no chão da
cozinha e esparramava as madeiras pelo chão. Essa era uma de suas maiores
diversões. Era possível criar muitas formas com as madeiras, já que eram
diversificadas, havia desde peças redondas a quadradas. Então, com sua avó,
criavam pontes, edifícios, casas e até cidades imaginárias. Além das peças de
madeira, Leah lhe dava pedaços de massas para ajudar na criação, e foi neste
período que Gehry pensou na possibilidade de se tornar um arquiteto
(GOLDBERGER, 2015).
Também
utilizava objetos não convencionais encontrados na loja de ferragens de seu avô
(BIOGRAPHY, 2012). Frank Gehry não era tão próximo de seus pais, já que passava
a maior parte do tempo com seus avós e, por isso, sua mãe tentava compensar sua
ausência levando o filho a eventos musicais e à galeria de arte, em Toronto.
Essa era uma forma que Thelma encontrou para tentar se aproximar do filho
(GOLDBERGER, 2015).
O
relacionamento de Frank com seu pai não era muito bom. Irving passava a maior
parte do tempo preocupado com dinheiro e por isso seu humor variava: quando os
negócios iam bem, era generoso, esculpia brinquedos na madeira para Frank. Além
disso, gostava de brincar com materiais que iam desde o plástico ao papel
machê; mas quando os negócios iam mal, explodia de raiva (GOLDBERGER, 2015).
Após
o término da Segunda Guerra Mundial, o governo canadense começou a criticar os
jogos. Como consequência, os negócios de caça-níqueis de Irving foram por água
a baixo, e a família enfrentou uma crise financeira. Por causa de tantos
problemas, em 1947, Irving sofreu um ataque cardíaco. Incentivados pelo médico,
Irving e sua família saíram do Canadá para a Califórnia, buscando melhores oportunidades
(BIOGRAPY, 2006).
Pelo
fato de a família estar enfrentando uma crise financeira, Frank precisou
trabalhar para ajudar na renda da casa e custear seus cursos de desenho. Nessa
época, foi motorista de caminhão e ajudante de instalação de cozinhas (GANCEY,
2008).
Quando
conheceu Roy Rogers, um de seus clientes, Frank passou a frequentar a casa
dele. Com a aproximação, foi convidado para jantares de Natal e para conhecer
de fato a Califórnia, onde começou a visitar com Roy, festas e estreias de
filmes. Segundo o próprio Frank, passou a sentir a liberdade que a Califórnia
oferecia (GANCEY, 2008).
Em
1952, Gehry casou-se pela primeira vez com uma estatística, com quem teve duas
filhas. Como Frank apanhou na infância por ser judeu, sua esposa o incentivou a
mudar de nome, com medo de que suas filhas fossem perseguidas também. Hoje,
Frank lamenta o fato de ter trocado seu nome: “Eu não faria isso hoje”, disse.
Desde então, como já foi dito, é conhecido como Frank Owen Gehry (BIOGRAPY,
2006).
Por
não ser tão bom em desenho, Frank tinha dúvidas se deveria ou não cursar
arquitetura. Mas, Raphael Soriano, um arquiteto modernista, sanou suas dúvidas.
Frank ganhou uma bolsa de estudos na Universidade do Sul da Califórnia e em
1954, tornou-se bacharel em Arquitetura (PORTAL ROSA PARKS BIOGRAPHY — ACADEMY
OF ACHIEVEMENT, 2010). No período em que estava na faculdade, estagiou na empresa
Victor Gruen Associates, porém precisou sair do estágio para se alistar no
serviço militar. Como a guerra da Coreia já havia acabado, Gehry utilizou o
tempo para projetar móveis para o exército (GANCEY, 2008).
Depois
de se formar em Arquitetura, especializou-se em design na Universidade de
Harvard (BIOGRAPY, 2006). Em 1956, Gehry
mudou-se para Massachusetts com Anita Snyder, sua esposa, para estudar
Planejamento Urbano em Harvard, mas separou-se de Anita e voltou para a
Califórnia em 1957, sem terminar o curso (BIOGRAPY, 2006). Passou então a
trabalhar para Pereira and Luckman, mas não durou muito tempo. Voltou para a
empresa Victor Gruen Associates – a empresa em que Frank havia estagiado. Nessa
empresa, trabalhou até meados de 1960 (BIOGRAPY, 2006). Em 1961, mudou-se para
Paris onde trabalhou no escritório de André Remondet e, em 1962, após sair do
escritório, Frank criou sua própria empresa, a Frank O. Gehry & Associates
Inc (BIOGRAPY, 2006).
Os
primeiros projetos de Gehry seguiram o estilo modernista e eram discretos, sem
muitos detalhes e nada confusos. Mas, com o tempo, fez amizades com alguns
artistas – pintores e escultores – e ficou atraído pelas vanguardas, que
estavam crescendo pouco a pouco. E, desde então, começou a perceber que estava
faltando em seus projetos algo que expressasse sua opinião, que expressasse o
que de fato sentia: passou a inserir curvas e traços estranhos em tudo o que
fazia (BIOGRAPY, 2006).
Dez anos após abrir sua empresa, Frank desenhou
um conjunto de mobiliários feitos com papelão, que ficaram conhecidos como Easy
Edges (figura 4) (BARSAGLINI, 2010).
Figura 4:
Alguns dos mobiliários conhecidos como Easy Edges.
Fonte:
encurtador.com.br/tvyN1
Acesso em:
24 jun. 2017.
Tais
objetos foram responsáveis pelo início do reconhecimento de Gehry. Todavia, a
fama era do “design Frank Gehry” e não do “arquiteto”. Por isso, os mobiliários
(figura 5) foram retirados de circulação três meses após seu lançamento. Isso,
porque Frank tinha medo de que a fama como design fosse maior que o seu
reconhecimento como arquiteto (BARSAGLINI, 2010).
Figura 5:
Casa de Frank Gehry em Santa Mônica, Califórnia
Fonte:
encurtador.com.br/jMX35
Acesso em: 03 jul. 2017
Depois de um tempo, Gehry passou a projetar
apenas edifícios e casas particulares. No entanto, tudo mudou quando Gehry reformou
sua casa em Santa Mônica, Califórnia (figura 6). A partir de então, voltou a
ser o centro das atenções: sua casa tornou-se um local de visitação, depois que
muitos estudantes de arquitetura e pessoas iam até ela para apreciá-la
(BIOGRAPY, 2006).
Ademais,
a partir do momento em que seu sucesso voltou, Frank começou a expandir seus
projetos para o restante do mundo: Suíça, Califórnia, Los Angeles, Alemanha,
Praga. É conhecido pelos artistas como um arquiteto desconstrutivista, pois
transforma os volumes geométricos em algo novo e complexo.
REFERÊNCIAS
BIOGRAPHY.
Frank Gehry. Disponível em: <http://www.biography.com/people/frank-gehry-9308278>.
Acesso em: 28 maio 2017.
GLANCEY,
Jonathan. Frank Gehry: de Bilbao aos Simpsons. Disponível em: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,frank-gehry-de-bilbao-aos-simpsons,2013
43>.
Acesso em: 28 maio 2017.
BARATTO,
Romullo. Em foco: Frank Gehry. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/
br/01-179571/feliz-naiversario-frankgehry>.
Acesso em: 28 maio 2017.
GOMES,
Cristiane. Crise de 1929 (Grande Depressão). Disponível em:
<http://www.infoescola.com/historia/crise-de-1929-grande-depressao/>.
Acesso em: 28 maio 2017.
OLIVEIRA,
Nazaré. Início do Nazismo. Disponível em: <https://histdocs.blogspot.com.br/
2012/01/inicio-do-nazismo.htm
l>. Acesso em: 28 maio 2017.
GOLDBERGER,
Paul. O primeiro campo de jogos da imaginação de Frank Gehry. Disponível
em: <https://www.thestar.com/news/insight/
2015/09/28/frank-gehrys-first-playground-of-the-imagination.html>.
Acesso em: 03 jun. 2017.
BIOGRAPHY,
Encyclopedia of World. Frank Gehry Biografia. Disponível em: <
http://www.notablebiographies.com/news/Ca-Ge/Gehry-Frank.html>. Acesso em:
03 jun. 2017.
BARSAGLINI,
Henrique. Arquitetos: Frank Gehry: Biografia. Disponível em:
<http://barsaglini.blogspot.com.br/2010/11/arquitetos-frank-gehry-biografia.html>.
Acesso em: 28 maio 2017.
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